domingo, 19 de maio de 2013

Museu Nacional de História Natural - Londres

Logo em nosso primeiro dia em Londres acordamos tarde, cansados da viagem e sentindo as 4horas de diferença de fuso, fomos ao National History Museum, a 10 minutos de caminhada de onde estamos hospedados.  Um espetáculo.

Para começar, a entrada é gratuita e havia muitos, muitos jovens estudantes, desde os pequeninos em visita da escola até jovens visitando o museu por conta própria.  Não visitamos todo o museu (demandaria mais tempo do que dispúnhamos), mas o Darwin Centre é um show por si só.  Trata-se de uma ala do museu dedicada a pesquisa, com áudio visuais interativos apresentados por pesquisadores e, em alguns pontos, os visitantes podem ver os laboratórios de pesquisa.  Tudo de altíssimo nível, usando tecnologia de ponta, estimulando a curiosidade científica e - quem sabe - levando milhares de jovens a abraçar a biologia para o resto de suas vidas.

Ao longo da visita, tocado pela sensibilidade de quem quer que tenha concebido o Darwin Centre, não pude deixar de pensar no Brasil.  Não vou tecer comentários a respeito, pois todos conhecemos o estado de abandono e penúria com que cuidamos do futuro de nossos filhos e netos.  Visitar um Darwin Centre dá vontade de chorar.  Pelo belíssimo trabalho dos britânicos e pelo nosso descaso.

Visitamos também a exposição "Gênesis", de Sebastião Salgado.  Para quem ficou em dúvida, Sebastião Salgado é um fotógrafo documentarista nascido em Aimorés, MG, há 69 anos.  Mundialmente conhecido e aclamado por sua atuação social, sua exposição "Gênesis", em estréia mundial em Londres, mostra fotos do artista tiradas nos cinco continentes.  É maravilhosa, vale com sobra cada uma das £ 10 do ingresso.

E, para finalizar por hoje, vale adiantar que não tivemos uma gota sequer de chuva - hoje o sol até se mostrou - estamos nos apaixonando por Londres.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Londres - primeiras impressões 1

Chegamos a Londres ontem à noite.  Primeira visita à cidade.  No caminho, conexão em Frankfurt, a revista foi das mais rigorosas por que já passei.  Mais até que nos Estados Unidos - e mais educada também.  Minha mochila passou no raio X com o iPad dentro.  Uma senhora, séria porém educada, me perguntou se havia um tablet na mochila e me solicitou que retirasse.  Passaram novamente mochila e tablet pelo raio X.  Quando peguei para seguir, veio um alemão de terno, muito educado, e pediu que o acompanhasse.  Fomos a uma sala próxima e ele, educadíssimo, passou um papel no iPad explicando que era para detetar explosivos.  Não encontrou nada, agradeceu e me liberou.  Tudo com extrema educação, sem qualquer traço de ameaça ou truculência.

Logo na chegada a Londres, fiz uma das coisas que queria: andar em um daqueles táxis londrinos tradicionais - cujos dias parecem estar contados.  Muito legal, espaçoso à beça, a cara de Londres, mas é um programa caro - £ 60.  A ida para o aeroporto certamente será de tube (como eles chamam o metrô aqui) e trem.  Mas na chegada, à noite, cansados e sem conhecer a cidade, optamos pelo táxi mesmo sabendo que era caro.

Hoje fomos ao Natural History Museum, que merece um post exclusivo, a ser publicado amanhã ou depois.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

E a Educação?


Fiquei sem postar por 10 dias porque a semana que passou foi meio atribulada e estou fazendo um curso na Rice University, em  Houston, Texas, o que tem me consumido algumas horas por semana.

A propósito, trata-se de um curso on-line de excelente qualidade e gratuito.  Mais sobre os cursos disponíveis em http://coursera.org/, que congrega 69 instituições americanas, japonesas e de vários países da Europa, oferecendo cursos on-line gratuitos em diversas áreas.  Basta ter um computador, conexão à internet (de preferência em banda larga) e saber inglês.

Também o Massachusetts Institute of Technology - MIT, a Yale University, a Stanford University e muitas outras instituições de primeira linha oferecem cursos on-line gratuitos.  E cada curso on-line conta com dezenas de milhares de alunos.

Se o conhecimento de inglês é uma barreira, começam a surgir alternativas:
 
Outro dia, conversando em um dos estados mais pobres do Brasil, uma professora universitária justificava a necessidade de investimentos em indústrias para criar empregos.  Fiquei pensando que, com a enorme deficiência do sistema educacional naquele estado, no curto prazo apenas uma pequena parte desses empregos seria preenchida pela população local.  Não expressei meu pensamento porque no contexto seria impróprio.
 
Ouvi o ex-ministro Maílson da Nóbrega comentar em um programa de TV que o valor investido em educação vinha aumentando nos últimos anos, mas isso não se traduzia em melhora do ensino na mesma proporção por falta de gestão.  Não pude ainda analisar as informações disponíveis, mas à primeira vista Maílson parece ter razão.
 
Entre 2005 e 2010 o investimento público direto em educação, por estudante, cresceu 30% no nível superior e duplicou na educação básica(*).  Infelizmente, a julgar pelo que vemos em todas as áreas e níveis de governo no país, é difícil crer que esses valores tenham sido bem aplicados.
 
Estamos à beira de uma revolução na educação.  Não há sentido que, com toda a tecnologia atualmente disponível, continuemos a adotar o mesmo modelo, apenas substituindo quadro negro e giz por mouse e monitor.  Temos no Brasil pessoas criativas e capacitadas, capazes de alavancar este salto.  Falta definir os objetivos, reunir as pessoas certas e dar prioridade.  Com vontade política e sem deixar que as escolhas sejam ditadas por interesses outros - sejam eles partidários ou até piores. 
 
Quem se habilita?  Presidente Dilma?  Senador Aécio?  Governador Campos?  Sra. Marina Silva?
 
A hora é agora.  Ou, mais uma vez, o Brasil vai chegar atrasado. 

(*) Fonte: portal.inep.gov.br/estatisticas-gastoseducacao; valores reais, corrigidos pelo IPCA